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sábado, 17 de julho de 2010

Fogueira das Vaidades

Vivemos momentos de muita alegria nas festividades juninas, soltamos rojão, dançamos quadrilha, nos refestelamos com comidas típicas, festejamos os santos populares, acendemos fogueira e alguns até pularam sobre estas, tudo isso manifestando nossas tradições e fé católica. E por falar em fogueiras, as das festas juninas já se foram, mas uma fogueira continua acessa, ardendo em chamas, a “fogueira das vaidades”, essa vai ser difícil de apagar.
Depois de tantos acordos, reuniões para se chegar a um consenso e conchavos, infelizmente não se chegou a nenhum denominador comum. Nas reuniões para a escolha de um candidato único a deputado federal, houve sim resultados, os presidentes de partidos de Rio Verde participaram e concordaram que fosse indicado um nome, mas que fosse do seu partido. Ora, quantos partidos políticos há no momento? Inúmeros, todos defendendo sua bandeira. Seus representantes foram unânimes, indicaram seus nomes e destes não abriram mão, pensaram na cidade? Acho que não, olharam para seu próprio umbigo e chegaram lenha à fogueira, a tal “fogueira das vaidades” que arde em chamas.
Estamos prestes a ver uma cidade polarizada por nomes que poderiam ser ótimos nos representando no cenário nacional, no entanto, um grupo dividido não subsiste. Presenciamos na história política de Rio Verde a eleição de três candidatos a deputados estaduais, mas isso não acontece sempre, foi um fato único, na época: Iron Nascimento, Wanderval Lima e Isaac Portilho; pode ser que haja por parte dos eleitores a capacidade de aglutinar votos para três nomes e estes quem sabe, poderão nos representar, mas temo que isto não aconteça. Os nomes apresentados para a avaliação dos eleitores são nomes que poderiam ser discutidos por grupos que pensam realmente no coletivo, que se preocupam com o futuro político de Rio Verde, afinal, nossa cidade não pode mais continuar sem representatividade política, principalmente no cenário federal. Pena que para este já estão no páreo cinco nomes, o que para qualquer leigo está claro que não vá nenhum. Rio Verde poderá não eleger nenhum deputado federal diante deste quadro, mesmo que algum destes nomes tenha respaldo de outros municípios.
A “fogueira das vaidades”, com sua luz fulgurante vem impedindo a visão dos nossos políticos que não vêem o óbvio, a necessidade de unir forças, de entrar num consenso unicamente pelo bem comum. A vaidade nos cega, assim como as paixões e essas impedem que o horizonte seja visualizado. Precisamos nos conscientizar que “uma andorinha só não faz verão” e que homens que pensam no bem de seus semelhantes não podem jamais se deixar seduzir por promessas de conquistas de algo que não surge de forma isolada, mas exige coletividade, união e acima de tudo senso crítico e humano.
Não estou filosofando ao citar provérbios ou chavões, mas bastante decepcionada diante do quadro político que se está pintando em Rio Verde. Mais uma vez poderemos ver surgir rixas entre amigos, rivalidades, disputa e o que é pior: divisões. É claro que não existem políticos eleitos sem disputas políticas, mas convenhamos... separar amigos, criar climas desagradáveis e situações constrangedoras por vaidade de alguns é muito triste e é deste tipo de situações que pessoas de bem deveriam fugir. Estamos cansados de saber que quando se há união as coisas acontecem, isso em qualquer organização social, religiosa ou política. O que não devemos é deixar que a chama da “fogueira das vaidades” acabe queimando o que não deveria: sonhos coletivos e acima de tudo sonhos de progresso e desenvolvimento social.

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