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quinta-feira, 22 de março de 2012

Marginalidade ou subemprego?

            A penumbra e pouca iluminação no bairro esconde uma sombra que atravessa rapidamente a rua. Seria uma elegante mulher? Uma adolescente trajando saia bem curta e top? Ou uma dama portando bijuterias brilhantes e elegantemente desfilando sobre salto alto? Uma cena que chama a atenção dos motoristas que passam pela avenida ou cruza as ruas escuras paralelas a esta.
            O farol do carro em luz forte mostra o rosto afinado, bem maquiado e o brilho do colar e pulseiras douradas. Os passos rápidos em direção ao carro que reduz lentamente a velocidade mostra a realidade. Atônita com a proximidade “daquela jovem” ou do ser em movimento brusco me assusta. Eis que “esta” vem rapidamente em direção à janela do carro e ao ver que sou eu ali atrás do volante, esmurra a janela e porta do carro e rapidamente desaparece na escuridão.
            Poucos minutos depois outra pessoa com modelito semelhante, porém mais alta e de porte forte, moreno (ou seria morena?) surge como um fantasma andando rapidamente em direção a outro carro que para logo atrás. Desta vez, diferente da “colega”, sorri ao aproximar-se da janela do carro importado e com charme e muita elegância entra educadamente ao ser “convidada”.
            Minha indignação diante da cena deu-se por perceber que se tratava de homossexuais de fino trato ou outros ainda meninos vestidos elegantemente ali a procura de um programa que os rendesse uma boa grana naquela noite. Por isso a revolta ao aproximar-se da janela do meu carro e perceber que não se tratava de nenhum empresário ou magnata e muito menos de algum senhor de idade rico e em busca de aventura amorosa.
            Vi naquela triste cena urbana rostos jovens, bem maquiados e nada originais. Senti um aperto no peito ao perceber que um deles deveria ter a mesma idade de um dos meus filhos. Fiquei indignada ao notar que logo a frente um deles parava diante de um carro e ao perceber que era uma senhora com crianças, bruscamente levantou a saia e fez uma cara feia como se quisesse assustar a motorista, num gesto de ódio por não se tratar de mais um cliente.
            O debate em torno da polêmica sobre o homossexualismo foi acirrado nas últimas semanas, deputado afirmando que se trata de uma doença, outros afirmando que esse tipo de vida é opção de cada um e outros ainda defendendo a liberdade a qualquer preço. Discussões à parte, o que não pode é continuar acontecendo o desrespeito a senhoras, homens de bem e pessoas que estão exercendo a sua liberdade de ir e vir. Esmurrar janelas de veículos, dar chutes, falar palavrões e assustar crianças já é um pouco demais, trata-se de um desrespeito que merece punição.
            Cenas de crimes já foram presenciadas na mesma região onde os “garotos” ou “garotas” de programa circulam. Homens até então conhecidos como homens de bem, cidadãos rio-verdenses, foram brutalmente assassinados no local, fruto do subemprego, da marginalidade que muitos insistem em achar normal ou em afirmar que é opção de cada um.
            Triste cena urbana!!!

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