Pelas ruas da cidade algumas cenas com o mesmo enredo são vistas em diferentes bairros, geralmente a tardinha ou a noite. São cenas interessantes que chamam a atenção principalmente pelo figurino dos protagonistas e figurantes. Senhoras, jovens e meninas com tranças no cabelo, laços de fitas coloridas ou cabelos penteados ao estilo caipira. Os vestidos rodados com babados e fitas coloridas amarradas à cintura dão um toque de graça e alegria aos rostos bem maquiados, até com certo exagero nas cores da sombra e batom, além das pintinhas nas bochechas rosadas.
Os homens, entre estes senhores na terceira idade, jovens
e crianças, todos trajando calças com remendos e palhas de milho nos bolsos,
bigode feito a lápis preto, camisas geralmente xadrez ou florida e chapéu de
palha na cabeça. Um figurino perfeito para representar as tradições do povo
caipira e principalmente o traje perfeito para celebrar os santos populares e
protetores dos mais humildes trabalhadores do sertão e do cerrado.
Estas cenas que venho assistindo durante o mês de junho
me encantam pela alegria, descontração e fé de tantos que apesar das mudanças
sociais continuam mantendo viva a cultura e a fé popular do povo brasileiro,
principalmente dos goianos e nordestinos. Além do figurino, o tema musical das
cenas é outro ponto que chama a atenção e prende o telespectador. Penso que da
mesma forma que o repertório musical de novelas de épocas exibidas pela Rede
Globo, as músicas também remetem à simplicidade e principalmente a alegria
daqueles que continuam mantendo vivas tradições milenares.
Que beleza as cores, as luzes coloridas, os balões, as bandeirolas,
o pau de sebo e a fogueira em chamas; sem falar na cultura e na fé dos
protagonistas que encantam pela simpatia. O batismo na fogueira que nada mais é
que um pretexto para adquirir mais um compadre e comadre, é o ponto auto da
cena, sem falar na quadrilha, no arrasta-pé e nas comidas típicas, a maioria
derivada do milho. Quem não se delicia e até exagera diante da barraca de
pamonha, caldo, pé-de-moleque e quentão?
Essas cenas não são cômicas, apesar do casamento caipira,
do figurino e das danças; ao contrário, são cenas históricas, educativas e um
verdadeiro resgate cultural. A alegria e festa observadas nestas cenas trazem
uma mensagem central, a fé e a verdadeira identidade do povo brasileiro,
principalmente dos goianos e nordestinos, e como Rio Verde está se tornando um
grande reduto destes últimos, nada mais justo que ver nas cenas urbanas deste
mês, a tradição, a cultura e a fé dessa gente que não precisa de dinheiro,
carro importado ou roupas de grife para fazer parte das festas na cidade, ao
contrário, se divertem e contagiam pela simplicidade.
Que bom que cenas de diversão, alegria, devoção, fé e
comemorações a Santo Antônio, São João, São Pedro e a Santíssima Trindade continuam
dando ibope!
Na noite de São João fizemos uma festa bem legal quando nos reunimos na chácara do meu pai e fetejamos o santo precursor de Jesus Cristo, São João Batista. O ponto alto da festa foi a fogueira e o batismo simbólico da pequena Lívia, minha sobrinha, uma tradição que herdamos dos nossos avós. Para o meu pai, hoje com 77 anos de idade, reunir a família, rezar o terço e seguir os costumes antigos é motivo de muita alegria, por isso a cada ano o acompanhamos nesta comemoração.
Na noite de São João fizemos uma festa bem legal quando nos reunimos na chácara do meu pai e fetejamos o santo precursor de Jesus Cristo, São João Batista. O ponto alto da festa foi a fogueira e o batismo simbólico da pequena Lívia, minha sobrinha, uma tradição que herdamos dos nossos avós. Para o meu pai, hoje com 77 anos de idade, reunir a família, rezar o terço e seguir os costumes antigos é motivo de muita alegria, por isso a cada ano o acompanhamos nesta comemoração.